Brincar de bolha de sabão.

Artur Júnior dos Santos Lopes

Eu lembro, que quando era mais criança, gostava de brincar com bolhas de sabão. Agora estava pensando sobre elas. Estava pensando o quanto quero ampliar o meu próprio pensamento. Pensava nas bolhas. Pensava que ao fazer algumas, queria que elas atingissem o maior tamanho possível. Algumas rompiam a sua fina membrana. Simplismente deixavam de existir? Ou ganhavam mais espaço na amplidão?

Hoje fui surpreendido pela minha vontade de extender minha superficie. Será que ela explodiu? Será que ela ganhou espaço na amplidão? Não sei. Fiquei surpreso. Não esperava que minha bolha se rompesse com tamanha facilidade. Se rompesse bem antes de se ampliar. Quero mais! Mas já estou acostumado a querer mais. Já estou acostumado a não ser correspondido. Estou sofrendo! Droga! Mas vai passar! Não culpo, não me culpo. Amo!

"É uma índia com um colar

A tarde linda que não quer se pôr

Dançam as ilhas sobre o mar

Sua cartilha tem o a de que cor

O que está acontecendo

O mundo está ao contrário e ninguém reparou

O que está acontecendo

Eu estava em paz quando você chegou

E são dois cílios em pleno ar

Atrás do filho vem o pai e o avô

Como um gatilho sem disparar

Você invade mais um lugar

Onde eu não vou

O que você está fazendo

Milhões de vasos sem nenhuma flor

O que você está fazendo

Um relicário imenso desse amor

Sobe a lua, porque longe vai

Corre o dia tão vertical

O horizonte anuncia com o seu vitral

Que eu trocaria a eternidade por esta noite

Porque está amanhecendo

Peço ao contrário, ver o sol se pôr

Porque está amanhecendo

Se eu não vou beijar seus lábios quando você se for

Quem nesse mundo faz o que há durar

Dura a semente dura o futuro amor

Eu sou a chuva pra você secar

Pelo zunido das suas asas você me falou

O que você está dizendo

Milhões de frases sem nenhuma cor

O que você está dizendo

Um relicário imenso desse amor

O que você está dizendo

O que você está fazendo

Porque que está fazendo assim"

(Cassia Eler - Relicario)

Bjos S. C. R.

Porto Alegre, 22 de Maio de 2006