Husserl

Artur Júnior dos Santos Lopes

1 BIOGRAFIA

Edmund Husserl nasceu em Prosznitz (Morávia - Tchecoslováquia), em 8 de abril de 1859. Realizou seus estudos em Leipzig , Berlim e Viena, dedicando-se primeiramente à matemática, aproximou-se da filosofia por volta de 1884 influenciado por Franz Bretano, ciência que até então olhava com desconfiança. Faleceu em 1938 na cidade de Friburgo no dia 26 de abril.

1.1 OBRA

Defendeu em 1883 uma tese sobre cálculos de variações, em 1891 publicou "A Filosofia da Aritmética", em 1901 "Pesquisas Lógicas"; em 1911 "A Filosofia como Ciência Rigorosa"; em 1913 "Idéias por uma Fenomenologia Pura e uma Filosofia Fenomenológica"; em 1929 "A Lógica Formal e a Lógica Transcendental"; em 1931 conferências parisienses com o título "Meditações Cartesianas", em 1950 foi publicada "A Crise das Ciências Européias e a Fenomenologia Transcendental", escrito entre 1935 e 1936.

1.2 OBRA

Husserl pretendia dar conscistencia científica a filosofia, através de uma base sólida de racionalidade. Esta necessidade de exatidão vem de seus estudos matemáticos. Isto faz com que esteja presente em sua filosofia um dinamismo permanente, onde nada é tido como fechado, acabado, caracterizando esta filosofia por uma consciência sempre aberta.

Husserl funda então a fenomenologia. Inicialmente desenvolveu uma ciência da experiência, a que denominou de psicologia rigorosa descritiva. Em seu texto "Investigações Lógicas", Husserl procurou mostrar que há uma diferença de direito entre a psicologia e as ciências normativas puras, considerando que as leis lógicas não fundamentam a psicologia, pois considera o psíquico como um fenômeno e não como uma coisa física, palpável. Fenômeno para ele é consciência enquanto fluxo temporal de vivências, apresentando intencionalidade enquanto estrutura, ou seja, consciência de algo. A fenomenologia procura examinar a experiência humana de forma rigorosa, por meio de uma ciência da experiência. Desta maneira, a reflexão se faz necessária, a fim de tornar possível observar as coisas tal como elas se manifestam em sua pureza original e descrevê-las. É a investigação daquilo que é genuinamente possível de ser descoberto e que esta potencialmente presente, mas nem sempre visto, através de procedimentos próprios e adequados. É o encontro com as coisas mesmas. Para tanto, Husserl propõe a suspensão de qualquer julgamento, abandonando os pressupostos em relação ao fenômeno que se apresenta, ao que denomina de suspensão fenomenológica ou epoché. Phenomenom + logos, ou seja, fenomenologia é então o discurso sobre aquilo que se mostra como é, caracterizando esta ciência como estando em contato direto com o ser absoluto das coisas, dirigindo o conhecimento para o que há de essencial nas coisas. É a filosofia do inacabado, do devir, do movimento constante onde o vivido aparece e é sempre ponto de partida para se chegar a algo. Para Husserl, a lógica, ou seja, a teoria das ciências, necessita também de uma fundamentação na sua própria essência de teoria. Fundamentar a lógica e fundamentar a filosofia são expressões equivalentes para este pensador. Acredita ele, que este alicerce só será possível através da fenomenologia. Sua teoria acaba por influenciar diversos pensadores que, por serem seus discípulos ou por entrarem em contato com a sua obra, de alguma outra forma acabaram divulgando esta filosofia e atribuindo a ela outros rumos, como por exemplo: Heidegger, Sartre, Max Scheler, Merleau-Ponty, Gabriel Marcel, Tran Duc Tao, Nicolai Hartmann, etc. Deve-se ainda à fenomenologia influências sobre outras ciências como: psicologia, psiquiatria, antropologia, filosofia da religião e filosofia moral.

BIBLIOGRAFIA

COBRA, Rubem Q. - Edmund Husserl. Filosofia Contemporânea, Dezembro/2005, Disponível em www.cobra.pages.nom.br