Dos movimento sociais ocorridos nos últimos meses no Brasil

Artur Júnior dos Santos Lopes

Falar dos movimentos sociais ocorridos nos últimos meses no Brasil é um assunto excitante. Esta excitação se dá por vários motivos. Por eu estudar a questão do reconhecimento em Hegel desde 2010, estudar a luta por reconhecimento em Honneth desde 2009. Perceber que há a necessidade de equilibrar os anseios sociais e a produção e remuneração de capitais.

Muitos aspectos estão sendo questionados através dos movimentos sociais. A violência, os anseios sociais, o papel do estado, o papel das instituições sociais (partidos políticos, sindicatos, poderes, etc). A qualidade dos serviços entregues pelo estado e os custos dos impostos pagos por estes serviços. Entre outros. Dito isso o ponto que eu gostaria de destacar refere-se a questão politica. Em especial a organização dos partidos políticos.

A alguns meses atrás eu procurei as sedes de alguns partidos políticos portoalegrenses, os quais eu acreditava que poderiam se interessar pelo assunto da Luta por Reconhecimento (http://www.arturlopes.pro.br/arquivos/tcc, http://www.arturlopes.pro.br/arquivos/as-possibilidades-para-a-praxis-emancipatoria-no-contexto-brasileiro-atual). Minha finalidade era conversar sobre a Luta por Reconhecimento, que precisa do desenvolvimento das capacidades intelectuais, da apropriação dos problemas, para que esta luta possa se dar dentro de uma sociedade preparada, pois já percebia que em algum momento iria ocorrer um colapso. A minha busca foi em vão, pois, percebia que a agenda partidária já estava fechada, ou que a Luta por Reconhecimento não era do interesse partidário. Todos partidos que procurei já tinham suas próprias demandas.

Me pareceu que os partidos estavam interessados na escalada e manutenção do poder. Não tendo interesse no desenvolvimento intelectual da população a fim de poder se apropriar dos seus problemas e encaminhar e exigir soluções. Os partidos me pareciam desejar a dependência das pessoas.

Frente a isso fico surpreso com o discurso dos partidos desejando participar de manifestações apartidárias, populares e que estão buscando se organizar de formas independentes. Aqui não desejo dizer que os partidos não desejem lutar pelas mesmas demandas que a população. Mas os partidos são formados por pessoas. Estas pessoas são sempre bem vindas, mas que elas consigam perceber que são pessoas e não partidos. Os partidos políticos podem realizar seus próprios atos e convocar a sociedade.

A sociedade civil organizada está amadurecendo para novos tipos de organizações institucionais. Agora é necessário que os partidos políticos reflitam a respeito dos seus papeis junto a sociedade. Me parece que serão melhor sucedidos os que conseguirem compreender o que a sociedade deseja e como poderão se adequar. O engajamento no desenvolvimento humano e intelectual da população são demandas urgentes.Creio que seja necessário o surgimento de novas organizações partidárias que reflitam o desafio que está posto para o País, para a sociedade e para as instituições!!!

Luta sempre, pelo reconhecimento, respeito e liberdade!!!

Porto Alegre, 22 de Junho de 2013